quarta-feira, outubro 27, 2010

Fezes de Baleias Fertilizam os Oceanos


E em um estudo recente, Joe romano e seu colega James McCarthy, da Universidade de Harvard, acharam um fenômeno que explica, de um modo interessante, como os ecossistemas de oceano são fertilizados.

As baleias, em virtude de suas fezes ricas em nutrientes, fazem um papel importante transportando nutrientes de onde elas se alimentam, em águas profundas, até a superfície onde eles fazem seus “negócios”, fertilizando pequenas plantas flutuantes, os fitoplânctons.

"Nós achamos que as baleias formam uma influência direta realmente importante na produção de plantas à base deste ciclo alimentar", Diz McCarthy.

Os pesquisadores analisaram 16 amostras fecais de baleias do Golfo de Maine, Estados Unidos. Na pesquisa, foram encontradas altas concentrações de nitrogênio nas amostras das baleias Eles também incubaram as amostras, com seus micróbios constituintes e os fitoplânctons. Os resultados mostraram uma ligação forte entre a taxa de produção de uma forma de nitrogênio usada por micróbios, os fitoplânctons e as amostras das baleias.

A presença de baleias permite uma maior produção de fitoplânctons, enquanto estes servem de alimento para outras criaturas, seguindo-se assim a teia alimentar. O resultado: “pescas mais abundantes ao longo de regiões onde essas baleias ocorrem em altas densidades”, Diz Romano.


Pesquisador aponta fotossíntese como solução energética

O pesquisador inglês James Barber, professor do Imperial College de Londres, afirmou nesta segunda-feira, 25, em encontro promovido pelo Programa Fapesp de Pesquisa em Bioenergia na Universidade de São Paulo (USP), que a fotossíntese é a melhor solução para os problemas globais de produção de energia. As informações são da Agência Fapesp.

Barber é considerado um dos principais pesquisadores no mundo sobre fotossíntese. Segundo ele, tecnologias capazes de usar a luz do Sol com eficiência semelhante à observada nas plantas seriam a solução para a questão energética. A proposta é desenvolver catalisadores capazes de imitar a fotossíntese, o que criaria uma fonte de energia limpa e praticamente ilimitada.

O pesquisador disse que uma hora de luz solar "equivale à totalidade da energia usada em um ano no mundo todo", em entrevista à Agência Fapesp. Assim, ela se torna a maior fonte de energia disponível, e como é distribuída igualmente em todo o planeta, aprender a utilizá-la "seria um salto sem precedente na história da humanidade", disse Barber.

Para Barber, a solução se chama folha artificial, tecnologia que absorveria energia solar, armazenando-a em bombas químicas e produzindo combustível. O armazenamento permitira a energia ser guardada, transportada e distribuída. Porém, o armazenamento é a questão mais complicada na busca da utilização da folha artificial.

O pesquisador completou explicando que a folha artificial usará energia da luz para tirar oxigênio da água, depois converteria com este oxigênio o dióxido de carbono em um composto rico em carbono. 

Abelhas Vs Computadores

Pesquisadores da Universidade de Londres afirmam ter descoberto que as abelhas são capazes de resolver complexos problemas matemáticos que computadores podem levar dias calculando.


De acordo com publicação da universidade, as abelhas conseguem encontrar o caminho mais curto entre flores, mesmo que elas não estejam ordenadas. Elas são capazes de resolver o Problema do Caixeiro Viajante, que propõe a descoberta do menor caminho que o viajante deve fazer para que visite uma série de cidades, sempre retornando à sua cidade inicial. O problema tem alta complexidade e o esforço computacional cresce exponencialmente com o tamanho do problema, ou seja, o número de cidades - neste caso, flores. 

Segundo o professor Lars Chittka, da Escola de Ciências Biológicas e Químicas, as abelhas precisam fazer isso constantemente, ou seja, sempre calcular a menor distância entre flores para otimizar sua busca por néctar, encontrando seu caminho de volta para a colmeia. "Isso não é nada trivial, principalmente se você tem o cérebro do tamanho da cabeça de um alfinete", comenta o pesquisador. Chittka destaca que para resolver o mesmo tipo de problema, computadores podem levar dias. 

Utilizando flores artificiais controladas por computador, a equipe testou se as abelhas seguiriam rotas quaisquer entre elas, mas, em pouco tempo, os animais descobriram a rota mais curta. 

Os cientistas esperam que o entendimento de como um cérebro tão pequeno consegue realizar cálculos tão complexos possa ajudar no desenvolvimento de redes e sistemas de comunicação mais modernos e eficientes, sem que sejam necessários supercomputadores. 

O site PopSci lembra ainda que as abelhas possuem outras capacidades muito interessantes, como o reconhecimento de rostos humanos e o monitoramento da qualidade do ar. 

Ranking mundial aponta países mais vulneráveis às mudanças climáticas

 

Uma consulta feita com 170 países pela empresa britânica Maplecroft divulgada na semana passada, aponta as regiões do mundo mais vulneráveis às mudanças climáticas. Segundo o levantamento, o Sul da Ásia é a região de maior fragilidade às alterações do clima, em razão da crescente população exposta a inundações, secas, tempestades e elevação do nível do mar.

O Índice de Vulnerabilidade pelas Mudanças Climáticas pretende ser um guia para o investimento estratégico e a adoção de políticas. Dos 16 países listados como em risco “extremo” devido às mudanças climáticas nos próximos 30 anos, cinco são do Sul da Ásia, com Bangladesh e Índia em primeiro e em segundo lugares, respectivamente, Nepal em quarto, Afeganistão em oitavo e Paquistão em 16º. A China (49º) e o Japão (86º) estão na categoria de “alto risco”, assim como o Brasil (81º) – nossa equipe tentou entender as razões para essa colocação brasileira no ranking, mas não obteve êxito.

A metodologia adotada pela empresa global de aconselhamento de riscos se baseia em 42 fatores sociais, econômicos e ambientais, o que inclui a capacidade de resposta dos governos, no intuito de avaliar o risco para a população, os ecossistemas e os negócios em função das mudanças climáticas.

O Sul da Ásia é especialmente vulnerável por causa de mudanças em padrões climáticos que resultam em desastres naturais, como as recentes inundações no Paquistão e Bangladesh, que afetaram mais de 20 milhões de pessoas. “Há evidências crescentes de que as mudanças climáticas aumentam a intensidade e a frequência de eventos climáticos”, afirmou à AFP Anna Moss, analista ambiental da empresa.

Insegurança alimentar e fome

Bangladesh ocupa a primeira posição do ranking devido a uma dupla má sorte. O país asiático tem o maior risco tanto de seca quanto de fome, além de lutar contra a pobreza extrema e a alta dependência na agricultura (o setor econômico mais afetado pelas mudanças climáticas). Como se não bastasse, possui o governo menos capaz de responder aos impactos climáticos, na avaliação da Maplecroft.

Sobre a Índia, segundo país mais populoso do mundo (só atrás da China) com cerca de 1,5 bilhão de habitantes, a empresa britânica observou que “Quase todo (o país) tem um alto nível ou nível extremo de sensibilidade às mudanças climáticas, devido à severa pressão populacional e ao consequente abuso de recursos naturais. A isto se soma um alto nível de pobreza, baixa qualidade da saúde em geral e dependência agrícola de grande parte da população.”

Entre os países da categoria de “médio risco” estão a Rússia (117º), os Estados Unidos (129º), a Alemanha (131º), a França (133º) e a Grã-Bretanha (138º). A Noruega lidera o pequeno grupo de 11 países considerados em baixo risco, dominado pelos escandinavos e pelos holandeses, que têm trabalhado para defender seu território, situado abaixo do nível do mar, da elevação das águas dos mares.

“As vulnerabilidades mais sérias às mudanças climáticas foram encontradas no grupo de países em desenvolvimento com sistemas socioeconômicos mal equipados para responder a desafios como a segurança alimentar e hídrica, além de sofrerem com economias instáveis e instituições fracas. Este é o caso de um grande número de países, estando o Sul da Ásia e a África no centro das preocupações”, concluiu Fiona Place, também da Maplecroft.